sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

FORMAÇÃO DE CATEQUISTAS: Dicas para catequistas iniciantes

Ao iniciarmos uma caminhada catequética é necessário ter um momento para maior entrosamento entre os catequistas da comunidade. Para isso, é importante uma tarde de encontro, a fim de partilhar ideias e experiências de trabalho.

COMO FAZER UM ENCONTRO COM OS CATEQUIZANDOS:

- ao prepararmos o encontro de catequese, devemos nos preocupar com o catequizando: sua vida, suas expectativas...

Quanto ao local do encontro:

- deverá estar em ordem. Limpo e agradável. Convidar os catequizandos para ajudar na arrumação;

- colocar cartazes ou figuras sobre o tema. Enfeitando o ambiente, para despertar o interesse no assunto. Por exemplo, se o tema for "Maria", colocar uma imagem, figuras, cartazes que falem de Nossa Senhora, foto de mulheres... usar símbolos em cada encontro.

- a bíblia deve ocupar um lugar de destaque, dentro do grupo. Usar flores, toalha e vela, sempre que possível. Tudo isso ajuda a despertar o amor e o respeito pela palavra de Deus;

- os participantes deverão sentar-se em círculo, para que todos possam ver a todos.

Quanto ao acolhimento:

- para acolher bem os catequizandos, você deverá chegar um tempo antes do horário do início do encontro para receber a todos com igual atenção, sem demonstrar preferências;

- todo catequizando traz para a catequese experiências de vida sempre diferentes. É preciso dialogar com eles sobre suas vidas, perguntado o que fez durante a semana, como estão se sentindo, o que desejam receber na catequese. Não deve ser um relatório, mas uma conversa espontânea, com muita simplicidade;

- o ponto de vista do catequizando deve ser respeitado, e a sua opinião ouvida com muita atenção;

- ser objetivos a fazer perguntas e não esperar respostas automáticas. Dar tempo para que pensem e discutam;

- dizer sempre a verdade. Se o catequista não souber responder uma pergunta, devera se comprometer em levar a resposta no encontro seguinte;

- não chamar a atenção do catequizando na frente de outras pessoas, mas a sós, depois do encontro;

- se ele tiver algum problema, o catequista deverá procurar ser amigo dele para ajudá-lo a superar as suas dificuldades;

- nesses momentos de diálogo, é a oportunidade de envolver os mais tímidos e fechados através da atenção e do interesse por suas vidas. Mas, cuidado para não dar a estes um tratamento visivelmente especial;

- Criar dinâmicas de acolhimento.

Quanto à linguagem:

- a linguagem deverá ser clara, coerente e simples;

- nunca falar em tom infantil, mas naturalmente, com firmeza e simplicidade;

- Procurar usar o mesmo vocabulário, usado na realidade dos catequizandos, para que eles possam compreender melhor a mensagem;

- atenção com algumas palavras que costumamos usar. Catequese não são curso, nem escola. Em vez de "aula", falar de "encontro". Não fazer "provas" nem dar "notas", nem "prêmios e castigos". Que o relacionamento não seja de "professor" e "aluno".

- essas coisas existem na escola, mas não na catequese, que é o encontro da pessoa com Jesus Cristo e com a comunidade.

Quanto à organização:

- anotar os dados principais do catequizando: idade, endereço, escolaridade, etc.;

- anotar também a frequência nos encontros.

- fazer uma ficha de participação para que o catequistas possa acompanhar o catequizando.

Quanto à missão dos catequistas:

- a missão da catequese é juntar fé à vida, na comunidade. Para conseguir isso, a catequese deve sempre se lembrar da maneira como Deus se revelou a seu povo.

- a catequese não repete o passado, mas vê os acontecimentos e as situações que vivemos hoje, a luz da palavra de Deus, para continuar a mesma caminhada do povo de Deus, nas nossas comunidades.

Quanto ao grupo de catequistas:

- é aconselhável que os catequistas atuem em grupos, nunca isolados, a exemplo de Jesus que enviou seus discípulos "dois a dois"

- o grupo ajuda o catequista a vencer o medo e as inseguranças, quando bem organizado e assumido.

- é no grupo que acontece a formação, por meio: dos debates, da partilha dos problemas e da busca de solução e das alegrias das atividades da catequese.

- o grupo é a fonte de vida, de esperança, de animação, de diálogo, de fraternidade e de alegria. Nele o catequista se sente fortalecido em sua missão.

- os grupos não são feitos só para resolver problemas. Eles acontecem para que o catequista viva uma forte experiência cristã na reflexão e no bem comum, no estudo, na elaboração do planejamento e nas avaliações das atividades realizadas, para depois catequizar e liderar essa vivência comunitária, com mais segurança.

- é muito importante o grupo estude os temas, procurando também a ajuda da assessoria da paróquia, do setor ou da diocese.

- O grupo faz com que a catequese inicial desperte e se encaminhe para uma catequese mais consciente e transformadora.

- o catequista percebe que, enquanto evangeliza, com o grupo, ETA crescendo em sua fé.

- a experiência de Jesus nos ajudara em nossa missão: Jesus forma seu grupo: MC 3,13-19; o grupo parte para a missão: Mt10, 1-8; o grupo rever o trabalho: Mc 6,31; e depois da morte e ressurreição de Jesus o grupo difunde a mensagem: At 2,37-41; 8,4-8; 11,19-21.

Quanto à avaliação:

- é importante que avaliação da caminhada da catequese seja feita no grupo de catequistas da comunidade.

- Avaliar o próprio trabalho não é defender ou acusar o trabalho nosso ou dos outros. Devemos ter a coragem de nos questionar, para crescer.

- começar avaliando o catequizando, com as questões:

- Os encontros catequéticos estão mexendo com a vida dos catequizandos?

- O catequista está assimilando a realidade em que vivem os catequizandos?

- Qual a convivência entre o catequista e os catequizandos?

- Os catequizandos têm alegria e disponibilidade em participar da catequese?

- Há preocupação exagerada ou despreocupação total com a disciplina? Se houver motivação, não haverá tempo para dispersão ou cansaço.

- Como estão sendo usadas as dinâmicas de grupo para tornar a catequese mais agradável?

- De que maneira os cantos tem contribuído para o sucesso do encontro?

- Qual é a participação e a colaboração dos pais dos catequizandos na catequese?

RECURSOS AUDIVISUAIS NA CATEQUESE

Na se trata de usar instrumentos caros e complicados: basta ter a criatividade e usar o que tiver à mão. E preciso lembrar, também, que na adianta ter recursos maravilhosos para apresentar a mensagem, se não houver testemunho de vida do catequista.

Esse testemunho é o melhor "audiovisual" para o catequizando. Além disso, o material didático não substitui a palavra de Deus. Ele deve ser aproveitado para melhora apresentar a idéia central do encontro.

Em nossa sociedade, o ser humano acostumou-se a receber mensagens, através de som, imagem e cor (rádio, TV, jornais, revistas, cartazes, cinema...). Na escola, as crianças também usam audiovisuais (lousa, cartazes, slides, mapas etc.). o comércio usa os meios de comunicação para vender mais.

A catequese não pode ficar parada; deve entrar na vida do catequizando, usando alguns recursos audiovisuais.

Desde cartazes feitos pelo grupo, materiais feitos com sucatas, até projetores de slide e DVD, são importantes para prender a atenção do catequizando.

VEJAMOS ALGUNS MATERIAIS

O quadro negro ou quadro mural

- Indispensável para fixar as ideias principais ou fazer desenhos que ajudem no entendimento.

- O catequista deve cuidar de sua caligrafia, para que todos entendam com clareza o que for escrito.

- Sempre que possível, usar várias cores de giz ou canetas, para tornar o escrito mais atraente.

Papelógrafo - É como um "cadernão", feito com varias folhas de papel pardo ou branco presas por um lado e pendurado na parede ou em um cavalete. Escreve-se nele com pincel atômico. É interessante quando se quer voltar a algo escrito antes; a lousa é apagada, e as folhas do papelógrafo, apenas dobradas para trás.

 

Flanelógrafo - Uma tábua larga de madeira mole ou um pedaço de papelão grosso pode ser recoberto com feltro. As figuras, recortadas, podem ser presas no feltro, se colocarmos atrás delas um pedaço de lixa ou de Bombril. Podem ser presas também com alfinetes.

Cartaz de pregas - Um cartaz com várias pregas fundas de papel. A parte inferior da figura é colocada dentro da prega, para fixar.

Recortes - Deixar preparados recorte de jornais e revistas e pregá-los na parede, em cartazes, no Flanelógrafo ou no cartaz de pregas.

Cartazes - Numa cartolina ou papelão, escrever a mensagem com letras grandes e uniformes, usando recorte e desenhos. É um recurso " disfarçado" de enfeite.

Jogos - Criar jogos como dominó, loteria, baralho, usando temas catequéticos e para o lazer, os jogos esportivos.

Discos - Podem ser usados para ensinar cantos ou para acompanhar momentos de oração. Há também discos com histórias bíblicas.

DVD e slides - É necessário um projetor de slides e televisor com DVD. Servem para, juntando texto e imagens, transmitir um conteúdo. As imagens fazem com que o slide ou o DVD se torne mais atraente do que uma simples palestra. Depois da demonstração dos slides ou das fitas cassetes provocar um pequeno debate para perceber até onde chegou a mensagem. Ver os pontos negativos e negativos dessas projeções.

Retroprojetor/Datashow - Com figuras, escritos e desenhos nas transparências, ajudará o catequizando a refletir a mensagem colocando grande parte do seu "ser". Assim como, figuras avulsas poderão ter o mesmo efeito. Chamaremos isto de foto linguagem.

Modelagem - Principalmente com os pequeninos para que eles desenvolvam a sua criatividade, formando figuras com argila ou massa de modelar.

Desenhos

- Incentivar o desenho para que o catequizando possa expressar o que entendeu de um determinado tema.

- Com crianças, é um importante meio para avaliar a realidade em que vivem principalmente quando desenha a família, sua casa, a escola...

Canto - É um meio excelente de comunicação e de expressão, não podendo faltar na catequese. Torna as pessoas mais abertas e alegres, ajudando a animação. Os cantos devem estar relacionados com o tema do encontro, para despertar o interesse. Ajudam a memorizar as mensagens do encontro.

Dramatização - É excelente recurso para demonstrar o que entenderam e para dinamizar os encontros, desenvolvendo a criatividade do grupo.

Expressão corporal - Cantos com gestos, mímicas, brincadeiras de acordo com a faixa etária.

Pesquisas e entrevistas - Fazer "reportagens" com personagens bíblicos, pessoas da comunidade, familiares e outros, para melhor pesquisar o tema em estudo.

Fantoches

- Não há necessidade de cenários.

- As crianças têm poder de imaginação para ver o fantoche separadamente do catequista.

- O fantoche pode ser utilizado para acolhida, para contar histórias, para chamar a atenção de alguém, e para conversar com o grupo.

- Trocar os cartazes a cada encontro, para que os catequizandos não percam o interesse neles.

Catequistas, nosso blog tem muuuuitas postagens sobre todas essas sugestões que você leu. Se precisar de alguma, peça nos comentários ou acesse nossa página no FACEBOOK (clique aqui)

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Jonathan Cruz